Quanto tempo deve durar um jejum? A Bíblia não determina regras deste gênero, portanto cada um é livre para escolher quando, como e quanto jejua. Vemos vários exemplos de jejuns de duração diferente nas Escrituras:
1 dia – O jejum do Dia da Expiação.
3 dias – O jejum de Ester (Et. 4.16) e o de Paulo (At. 9.9).
7 dias – Jejum por luto pela morte de Saul (1Sm. 31.13).
14 dias – Jejum involuntário de Paulo e os que com ele estavam no navio (At. 27.33).
21 dias – O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (Dn. 10.3).
40 dias – O jejum do Senhor Jesus no deserto (Lc. 4.1,2).
Obs.: A Bíblia fala de Moisés (Ex. 34.28) e Elias (2Re. 19.8) jejuando períodos de quarenta dias. Porém vale ressaltar que estavam em condições especiais, sob o sobrenatural de Deus. Moisés nem sequer bebeu água nestes 40 dias, o que humanamente é impossível. Mas ele foi envolvido pela glória divina. O mesmo se deu com Elias, que caminhou 40 dias na força do alimento que o anjo lhe trouxe. Isto é um jejum diferente que começou com um belo “depósito”, uma comida celestial. Jesus, porém, fez um jejum normal com esta duração.
Muitas pessoas erram ao fazer votos ligados à duração do jejum… Não aconselho ninguém fazer um voto de quanto tempo vai jejuar, pois isso te deixará “preso” no caso de algo fugir ao seu controle. Siga o conselho bíblico: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras.” (Ec. 5.4,5.)
É importante que haja uma intenção e um alvo quanto à duração do jejum no coração, mas não transforme isto em voto. Já intentei jejuns prolongados e no meio do caminho fui forçado a interromper. Mas também já comecei jejuns sem a intenção de prolongá-lo e, no entanto, isto acabou acontecendo mesmo sem ter feito os planos para isto.
O jejum prolongadoHá algo especial num jejum prolongado, mas deve ser feito sob a direção de Deus (as Escrituras mostram que Jesus foi guiado pelo Espírito ao seu jejum no deserto – Lc. 4.1). Conheço irmãos que tem jejuado por trinta e até quarenta dias, embora. Cada um deles confirma ter recebido de Deus uma direção para tal.
Vale ressaltar também que certos cuidados devem ser tomados. Não podemos brincar com o nosso corpo. Uma dieta para desintoxicação do organismo antes do jejum é recomendada, e também na quebra do jejum prolongado (mais de 3 dias). Procure orientação e acompanhamento médico se o Senhor lhe dirigir a um jejum deste gênero. Há muita instrução na forma de literatura que também pode ser adquirida.
O jejum inclui a língua
(O fato é que) eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejundo assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto. Is 58:4
Isaías 58 é uma porção poderosa da Palavra que nos ensina o que Deus considera “o verdadeiro jejum”. Sugiro que você leia o capítulo inteiro, antes de continuar o estudo.
É isto que você chama de jejum? (leia Is. 58:5)
A cena que encontramos aqui é uma troca entre os israelitas e seu Deus. O povo estava jejuando e sentia que Deus nem notava. Ele disse que estaria jejuando com a motivação errada e que havia coisas que precisavam ser tratadas.
O verdadeiro jejum deve ser feito com o propósito de quebrar o poder da carne. (como já vimos). Deve ser um tempo de oração especial no qual o povo busca a Deus de maneira mais intensa para alcançar vitória para si mesmo e para os outros.
Em Isaías 58, as pessoas estavam se abstendo de alimento, mas tinham perdido o foco real. Deus lhes disse que estavam jejuando pelo motivo errado e que aquele jejum não faria com que seus clamores fossem ouvidos. Nesse versículo, Deus pergunta: “O verdadeiro jejum é meramente mecânico – apenas alguma coisa a ser feita como um exercício, sem nenhum significado real”? Então, nos versículos 6 a 9 o Senhor compartilha com eles qual é o seu jejum escolhido.
Liberte-se para libertar – Isaías 58:6
Creio que isso significa que devemos não só libertar uns aos outros, como também não devemos ficar passivos e nos permitir permanecer atado. (Jo 8:36)
Creio que devemos cooperar com o Espírito de Deus para quebrar o jugo em nossa vida e na vida daqueles que estão ao nosso redor. Para poder libertar os outros, devemos primeiro nos libertar.